Um solo. Um rito cênico que traz à tona o corpo que se coloca pelo desejo de dança à dança, num modelo pré-concebido e tradicional, o balé clássico, e logo na infância e adolescência - e especialmente na passagem entre elas - encontra bloqueios, opressões e limitações por uma educação à qual se deseja lançar consciência - tanto das estruturas no meio social, como das estruturas criadas na subjetividade desta criança/adolescente.

 

Revela-se uma ode à ancestralidade, não pelo desejo de perpetuar as marcas de opressão, mas de honrar as que vieram antes e abriram espaço para as manifestações na atualidade, entendendo a ancestralidade viva e atualizada no próprio corpo que vive.

 

O enredo se desenvolve de modo poético, numa transa de linguagens da atuação onde o drama, a narrativa, o lírico e a palhaçaria formam a jornada pelos elementos da natureza, catarseando a problemática da educação - especialmente do corpo da mulher e suas descobertas e incompreensões a partir da primeira menstruação e suas consequentes mudanças.

 

A dramaturgia é composta por textos e canções autorais de Isabella Dragão, o texto CARTA À VIDENTE, de Antonin Artaud e a história O PATINHO FEIO, na versão de Hans Christian Andersen.