por que e como a música se manifesta aqui?
Se você está fazendo parte do financiamento dessa criação, saiba: ela não diz respeito apenas à música em si, mas como todo o processo de chegada e efetuação na música abarca a consciência do caminho espiritual, da cura do corpo, dos abusos sociais que possam já ter nos percorrido, em especial ao corpovoz feminino, à deseducação e mascaramento de tantas opressões e invasões que fizeram com que nossa voz se calasse, nosso prazer se contorcesse ou se escondesse, se envergonhasse e fossemos seguindo uma manada de auto-engano com relação à nossa real força e autenticidade.
Aqui, chamamos pela força do espírito liberta no corpo.
Todo o processo dessa manifestação suscitou muitas dores, prazeres e aprendizados, aos quais sinto não pertencerem somente a mim, mas à nossa sociedade de um modo geral, ao corpovoz da mulher, especialmente, mas também de todos os seres, que acabam sentindo uma necessidade de se esconder, se tolir, reprimir e calar o que realmente quer e precisa ser dito, cantado, efetuado.
Aqui, chamamos pela força do espírito liberta no corpo.
Há também um espaço completamente misterioso e indizível que muitas vezes não cabe na palavra, aí entra a potência das sonoridades, instrumentalidades.
Enquanto instrumentos, visamos versar uma relação entre estéticas e essências clássicas a raízes ancestrais, representadas principalmente pela aquosidade do piano e a força do tambor na terrosidade da percussão, aquecendo uma manifestação foguenta na passagem de ar inspirado, cantado.
Nesse percurso, o grande protagonista foi e tem sido o amor, versado nas ondas da sexualidade, nas poéticas do prazer que são muitas vezes difíceis de lidar devido à nossa "deseducação" sexual e emocional, necessitadas de um encaminhamento através desse grande escoamento que a música é - ou pode nos ser.
Sendo esse nosso intuito em por luz à questão através da realização do filme documentário, ao final, além de encontros educativos/aulas "AMOR À MÚSICA - uma educação do/pelo prazer" como recompensas da campanha.
Gravar essas músicas e manifestá-las na cena parte da necessidade de ser-viço, entregar a chama do espírito, nelas, de modo que também sirvam como campo amoroso, acolhedor e libertador a você, público, a você, participante, que ouve e faz junto.
